Com o objetivo de assinalar o Dia Mundial da Tuberculose – 24 de março – a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, através do Laboratório de Saúde Pública e do Serviço de Patologia Clínica, realizou uma sessão (in)formativa dedicada a esta temática.
A sessão reuniu cerca de 140 participantes no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
O evento, direcionado para profissionais de saúde, estudantes do Ensino Superior e comunidade em geral, teve como objetivo promover a reflexão e a discussão sobre esta doença, com ênfase no diagnóstico laboratorial de tuberculose ativa e infeção e na abordagem ao doente com base nos resultados laboratoriais. A par de uma análise epidemiológica da tuberculose, evidenciando a problemática da doença na sociedade e o seu impacto na Saúde Pública.
A iniciativa contou com uma sessão de boas-vindas aos participantes, onde se destacaram as intervenções do Presidente do Conselho de Administração da ULS do Nordeste, Carlos Vaz; da Vereadora da Câmara Municipal de Bragança, Fernanda Silva; da Coordenadora da Unidade de Saúde Pública da ULS do Nordeste, Inácia Rosa, e do Subdiretor da Escola Superior de Saúde (ESSA) do IPB, Carlos Magalhães. Foi unânime entre os responsáveis a pertinência da realização deste encontro e a importância da união de esforços para o controlo da tuberculose, nomeadamente ao nível da prevenção, do diagnóstico precoce, do tratamento e da cura.
Coube, em seguida, a Andrea Afonso, do Laboratório de Saúde Pública da ULS do Nordeste, fazer a moderação do(s) debate(s), em que se destacaram diversos profissionais, quer desta Unidade Local de Saúde, quer convidados externos, com experiência e com conhecimentos científicos atualizados sobre a temática.
Nesse âmbito, Cristina Ferro, do Departamento de Doenças Infeciosas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA/Porto) abordou a missão do laboratório na luta contra a tuberculose; Matilde Oliveira Barbosa, do Laboratório de Patologia Clínica do Hospital de Guimarães, debruçou-se sobre os testes IGRA; e Ângela Pais e Madalena Alves, do Serviço de Patologia Clínica da ULS do Nordeste, centraram-se no papel da Biologia Molecular no diagnóstico da tuberculose.
A tuberculose como um problema de Saúde Pública foi o tema partilhado pela coordenadora do Centro de Diagnóstico Pneumológico da ULS do Nordeste, Fátima Valente, explanando a parceria entre o laboratório e a clínica na abordagem e na orientação do tratamento; e pela investigadora da ESSA/IPB e do EPIUnit do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Cristina Teixeira, que desenvolveu a questão da quantificação da tuberculose em Portugal com recurso a diferentes fontes de informação.
Estes assuntos foram alvo de uma participação elevada por parte do público, que interpelou diretamente os oradores e viu esclarecidas todas as suas dúvidas.
Controlar a doença
De acordo com o mais recente Relatório de Vigilância e Monitorização da Tuberculose em Portugal, elaborado pelo Programa Nacional para a Tuberculose da Direção Geral da Saúde, o número de casos notificados em Portugal diminuiu em 2021, uma redução que tem sido consistente nos últimos anos.
Nesse sentido, e para que haja uma intervenção precoce e o controlo efetivo da doença, entre as mensagens dirigidas à comunidade pelos especialistas presentes nesta sessão, destacam-se as seguintes:
- A tuberculose previne-se: o tratamento preventivo pode impedir a progressão da doença: procure o seu médico de família se tiver sintomas suspeitos;
- A tuberculose diagnostica-se: os testes laboratoriais disponíveis são recomendados, porque garantem o diagnóstico e o tratamento precoces;
- A tuberculose tem cura: É fundamental contactar o médico se tiver sintomas de tosse, febre e perda de peso; se tiver um contacto próximo com um doente com tuberculose, ou se pertencer a um grupo de maior risco, assim pode tratar e curar a doença.
O evento, que contou com o apoio do Instituto Politécnico de Bragança, traduziu-se, assim, num enorme sucesso, marcado pela partilha de conhecimento e de experiências entre profissionais com atuação direta na área da tuberculose, a par da sensibilização da comunidade para as medidas necessárias a adotar no combate a esta doença infeciosa.





