O Hospital de Bragança, inaugurado a 1 de abril de 1973 pelo então Presidente da República, Almirante Américo Tomás, completa agora meio século de existência, ou seja, 50 anos de dedicação à prestação de cuidados de saúde à população do distrito.

Segundo registos da imprensa da altura, estiveram presentes na inauguração os então ministros das Obras Públicas e das Comunicações, Rui Alves da Silva Sanches, do Interior, António Gonçalves Rapazote, e da Saúde e Assistência, Baltazar Rebelo de Sousa – pai do atual Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.

À data, a construção, a inauguração e a entrada em funcionamento do Hospital Distrital de Bragança foram marcantes para todo o território transmontano.

Fruto de um projeto de Alfredo Evangelista Viana de Lima, um nome de grande relevo no panorama da arquitetura portuguesa do século XX, era um edifício considerado como de vanguarda. Sucedeu, assim, ao antigo Hospital da Misericórdia, logo com atendimento em diversas especialidades de relevo, nomeadamente Medicina Interna, Pediatria, Obstetrícia, e Serviço de Urgência com Bloco Operatório.

Ao longo da sua história, afirmou-se como principal estrutura hospitalar do distrito, crescendo e modernizando-se, quer ao nível das infraestruturas, quer de recursos humanos e técnicos.

Manteve a sua atividade com a designação de Hospital Distrital de Bragança até 2005, altura em que, com a criação do então Centro Hospitalar do Nordeste, integrou e liderou esta Entidade Pública Empresarial (EPE), à qual passaram a pertencer também, conjuntamente, os hospitais de Macedo de Cavaleiros e de Mirandela.

Esta realidade, regulamentada através do Decreto-Lei n.º 233/2005 de 29 de dezembro, manteve-se até 2011, quando, em 2011, se operacionalizou uma nova transformação organizacional, com a criação da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, entidade a qual, em conformidade com o Decreto-Lei n.º 67/2011 de 02 de junho, engloba as unidades do aí extinto Centro Hospitalar do Nordeste (3 hospitais) e as do também aí extinto Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Trás-os-Montes I – Nordeste (14 centros de saúde).

Passou, assim, esta Unidade Local de Saúde a atuar, de forma integrada, ao nível dos Cuidados de Saúde Primários; dos Cuidados Hospitalares; de Urgência, Emergência e Cuidados Intensivos; de Cuidados Paliativos e ainda de Saúde Pública. Uma conjuntura face à qual a Unidade Hospitalar de Bragança, sede da ULS do Nordeste, tem desempenhado um papel central, com destaque para, entre outras valências, o Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica, de referência assistencial para todo o distrito, e onde estão abertas quatro Vias Verdes – AVC, Sépsis, Trauma e Coronária – e o moderno Serviço de Medicina Intensiva, também único no distrito.

Celebrar o passado com orgulho no presente e olhos no futuro

Novos desafios se têm apresentado também a esta Unidade Hospitalar, desde logo a assistência à população na pandemia de COVID-19; a criação de novos serviços e a intervenção na comunidade, por exemplo através da Unidade de Hospitalização Domiciliária e da alargada abrangência do Departamento de Saúde Mental; ou a aposta na formação académica e na investigação clínica dos profissionais, onde se destaca a parceria com o Instituto Politécnico de Bragança, entre outros reptos para um futuro que se aproxima.

Atendendo à importância da data que agora se assinala, a Unidade Hospitalar de Bragança irá ser palco de um conjunto de iniciativas destinadas a envolver na celebração deste meio século de serviço público, quer os profissionais, quer a comunidade, num programa que oportunamente será dado a conhecer.